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Em meio à pandemia, videochamadas unem pais e bebês em UTI Neonatal da Femina

24 de Mar de 2021

O aumento no número de casos da Covid-19 nos últimos dias tem mudado a rotina de todas as famílias, mas para papais e mamães com bebês recém-nascidos de alto risco, prematuros, gemelares ou que necessitem de cuidados especiais internados em leitos de UTI Neonatal, a distância parece ter crescido ainda mais. 

Na tentativa de driblar a ausência tão dolorosa e aliviar a falta de contato direto entre a família e os recém-nascidos, o Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, desenvolveu o projeto de visita virtual, por meio de videochamadas. Os encontros virtuais acontecem pelas telas de celulares e minimizam a saudade, até o reencontro com os pequeninos.

Coordenadora do projeto, a psicóloga responsável pela UTI Neo e Pediátrica da Femina, Clara Regina Guedes Campos, explica que após a constatação no aumento do número de casos da Covid-19 no Estado, a restrição de visitas foi necessária na unidade de saúde.

“Precisamos pensar nos nossos pacientes e equipe, não foi uma decisão fácil, mas diante do momento em que vivemos foi uma decisão necessária”, comentou a psicóloga, mestre e especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar.

Segundo Clara, em reunião com a equipe multiprofissional da unidade, surgiu a ideia de utilizar a tecnologia a favor, e assim, amenizar a angústia das famílias. O atendimento é individual e acompanhado de perto pela psicóloga.

“Faço um acolhimento psicológico antes de mostrar o bebê na incubadora, uso a imagem e fone de ouvido, pois assim mantenho o sigilo do atendimento e consigo ver como os familiares estão emocionalmente falando. Depois, mudo a câmera para a posição frontal onde mostro o bebê e tiro o som do fone de ouvido para que os pais e familiares possam falar diretamente com seu filho”, relata a profissional. Com o recurso digital, outros parentes como tios, avós e irmãos também estão tendo a oportunidade de ver o recém-nascido.

A pediatra e neonatologista Fernannda Pigatto Vilela, diretora-técnica da Femina, afirma que as videochamadas são uma forma de humanizar esse momento complicado de restringir as visitas e se tornou outro diferencial no atendimento que o hospital realiza aos pacientes.

“A videochamada ameniza o sofrimento dessas famílias por não poderem ter contato com seus bebês diariamente e o trabalho com a psicóloga é uma forma de humanização. O bebê escuta as vozes dos pais e isso gera uma interação de muito amor e carinho”, completou.

A psicóloga explica que o encontro virtual oferece uma resposta positiva por parte do recém-nascido. “A fala é um dos extintos mais primitivos que temos, é o último que perdemos, mesmo sob sedação, e é lindo ver a reação dos recém-nascidos ao ouvirem seus papais e mamães”, conta Clara. 

Alívio para os pais

Para o supervisor de logística Jailton Carvalho Ribeiro, residente em Tangará da Serra, as videochamadas estão sendo um alívio. Pai de Manuela Maria, nascida no dia 8 de março com uma doença rara, a pequena necessita de cuidados especiais.

“São muito importantes, porque nesse momento de pandemia não podemos estar junto como gostaríamos ou deveríamos, mas com o afago da psicóloga, estamos vendo a bebê respirando e já nos dá um alívio”, compartilhou o pai. 

A realização da videochamada ajudou com que a gestora financeira de Sinop, Lilia Cristina da Silva, que estava com suspeita de infecção por Covid-19, conhecesse a filha Valentina da Silva Villa. Nascida prematura com 28 semanas, no dia 06 de março, a recém-nascida precisou esperar alguns dias para conhecer a mãe, que veio transferida de Sinop para Cuiabá.

“Precisei esperar 8 dias para vê-la pessoalmente e se não fossem pelas videochamadas teria sido horrível essa espera. As videochamadas amenizaram minha ansiedade e saudade”, declarou. Felizmente, a suspeita de infecção pelo vírus não foi confirmada em Lilia.

A técnica em Agrimensura, Priscila Viviane Alencar Campos Paxeco, de Cuiabá, também tem participado das videochamadas. Ela acompanhava com frequência a pequena Tabata Rebeca, que nasceu prematura, com 29 semanas, quando as visitas ficaram restritas. “A videochamada não é igual a presença, mas vendo ela, me sinto um pouco mais confortável e tira um pouco da preocupação, traz tranquilidade, já que não podemos ir até o local direto”, finaliza.

Fonte:Luciane Mildenberger - Assessoria de Imprensa