Especialidade médica fundamental, a cirurgia pediátrica é responsável pelo tratamento cirúrgico de doenças que acometem as crianças desde o período fetal até o início da vida adulta. A especialidade também garante qualidade de vida e socialização das crianças, em especial, as acometidas por raras enfermidades.

 

No dia 24 de setembro, o Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, referência em diversas especialidades médicas, incluindo a pediatria, realizou com sucesso a primeira cirurgia pediátrica no estado de Mato Grosso, em uma criança acometida por hiperplasia congênita da suprarrenal. Foi utilizado técnica e abordagem Astra, inédita no estado, liderada pelo renomado médico, José Roberto Rodrigues de Lima.

 

O procedimento de genitoplastia feminilizante beneficiou uma menina de quatro anos, natural de Mato Grosso do Sul. De alta complexidade, a cirurgia durou cerca de 8 horas e foi conduzida por uma equipe multiprofissional, sob o comando do cirurgião pediatra José Roberto, acompanhado pelos médicos Eduardo Corrêa Costa, coordenador do Programa de Anomalias de Diferenciação Sexual do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS) e Juliana Antinarelli, ambos cirurgiões pediatras, além das equipes de enfermagem e de anestesia do hospital.

 

Distúrbio genético raro, a hiperplasia congênita da suprarrenal é caracterizada pela diminuição da produção de cortisol (um glicocorticoide), aldosterona (um mineralocorticoide) ou de ambos por conta de um defeito genético autossômico recessivo de uma das enzimas das suprarrenais envolvidas na síntese dos hormônios esteroides, a partir do colesterol.

 

O médico José Roberto explica que a doença causa uma má formação, fazendo com que a genitália externa feminina se pareça com a genitália do sexo masculino. “Para tornar a aparência da genitália feminina é necessária a correção cirúrgica, a fim de promover condições na qualidade de vida da criança e socializá-la”, afirmou.

 

Ele conta que a irmã mais velha da paciente, também nasceu com a condição genética rara, mas com menos complexidade, o que contribuiu para o diagnóstico da doença ainda durante o período de gestação da mãe. “Ela teve muita sorte no diagnóstico da doença, porque a irmã também nasceu com a condição, que pode ser difícil de ser identificada. Ao nascer, o teste do pezinho confirmou o diagnóstico. Posteriormente, ela foi encaminhada para mim, após os pais receberem indicação médica”, relata José Roberto.

 

Feminização

 

Com 39 anos de formação em Medicina, 34 deles na especialidade de Cirurgia Pediátrica, o médico José Roberto enaltece que devido à complexidade da condição da paciente, foi necessário utilizar abordagem transretal, a técnica conhecida como Astra, que é inédita no estado, fazendo a reconstrução genital, a feminização.

 

“A cirurgia foi um sucesso e a paciente passa bem. Agradecemos a equipe que participou da cirurgia, ao médico que veio de Porto Alegre, Eduardo Côrrea, especialista na área, a equipe do pós-operatório, e ao Hospital e Maternidade Femina, que contribuiu oferecendo estrutura, equipamentos e todo o necessário para a realização dessa cirurgia de alta complexidade, só existente nos grandes centros”, frisou o cirurgião.

 

Já a médica Juliana Antinarelli destacou a importância da cirurgia na promoção da qualidade de vida da criança, além de apontar o papel essencial do hospital, proporcionando recursos e segurança, contribuindo para o sucesso do procedimento.

 

“A cirurgia foi sensacional para a paciente, que terá qualidade de vida melhor, pois é uma menina. Além disso, a atitude do Dr. José Roberto em trazer um profissional com experiência para auxiliar na cirurgia foi maravilhosa, contribuindo para fazer com que o procedimento fosse realizado da melhor maneira possível. Agradecemos ainda a Femina, que disponibilizou de todo aparato técnico e de toda segurança”, concluiu.

 

Sobre a Femina

 

O Hospital e Maternidade Femina atua há 43 anos em Cuiabá, nas áreas de Pediatria, Obstetrícia, Clínica-Geral e pronto atendimento com plantão 24 horas. Também conta com estrutura laboratorial de análises clínicas, no caso de exames solicitados durante os pronto-atendimentos. Ainda fazem parte de sua estrutura UTI adulta, UTI Neonatal e UTI pediátrica.