Pais de recém-nascida são os primeiros do país a compensar impactos do parto com crédito ambiental
02 de Oct de 2023
Praticamente todas as ações humanas geram impactos ambientais significativos que podem modificar o meio ambiente, tanto de forma positiva quanto negativa. Isso também se aplica à realização de um parto. No entanto, é importante destacar que existem impactos ambientais positivos associados a atividades que visam melhorar e recuperar o meio ambiente, como projetos de restauração de áreas que foram prejudicadas de forma negativa.
No dia 06 de setembro, nasceu no Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, a primeira criança no Brasil a retribuir ao meio ambiente todos os recursos naturais que precisou utilizar para seu nascimento. A pequena Catarina Camargo Alencar fez história.
Esse feito extraordinário ocorreu graças à iniciativa dos pais de Catarina, Helen Camargo de Almeida, que é gerente de sustentabilidade do Sebrae MT, e Humberto de Sousa Alencar, empresário. Eles optaram por compensar o impacto ambiental gerado durante o nascimento da criança adquirindo ativos de biodiversidade e contribuindo para a preservação de florestas nativas.
Helen Camargo conta que durante a gestação de Catarina solicitou o cálculo à mesma empresa que já era conhecida por realizar esse tipo de cálculo em outras circunstâncias. Ela buscou essa empresa para compensar os recursos utilizados durante o parto e adquiriu a quantidade necessária de UCS (Unidade de Crédito de Sustentabilidade), contribuindo assim para a conservação ambiental.
Para obter os dados essenciais para a metodologia de cálculo, Helen contou com a colaboração da ginecologista e obstetra Érica Capriata.
“Depois de conversar com a empresa e descobrir essa possibilidade de compensação de créditos no parto da Catarina, a obstetra Dra. Érica prontamente forneceu informações, como, por exemplo, o número de pessoas envolvidas no dia do parto. Com base nesses dados, a empresa, junto com seus consultores, conseguiu conduzir a pesquisa de campo e ajustar a metodologia de cálculo para o parto”, explicou Helen.
Dessa forma, tornou-se viável para o casal adquirir os créditos de sustentabilidade, que, quando comercializados, proporcionam remuneração aos proprietários de áreas florestais para que eles prestem serviços de conservação.
Segundo Helen, ela e o marido Humberto, pretendem criar a filha com consciência ambiental. “Queremos que a sustentabilidade faça parte da vida dela desde o nascimento. Por exemplo, as lembrancinhas da maternidade foram ecológicas, adquirimos fraldas biodegradáveis, no aniversário dela, também vamos buscar promover uma pegada sustentável, levando essa consciência ambiental para a vida da Catarina desde o seu nascimento, para que ela a mantenha ao longo de toda a sua vida”, frisou Helen.
Práticas Sustentáveis
A diretora-clínica do Hospital e Maternidade Femina, Fernanda Pigatto Vilela, destaca que a iniciativa dos pais de Catarina em promover a preservação ambiental através do parto está alinhada com o propósito da instituição de saúde. A Femina tem como objetivo atuar cada vez mais com ações sustentáveis, visando a minimização do desperdício, a redução do consumo de recursos não renováveis e a captação de fontes sustentáveis e renováveis. Atualmente, o hospital utiliza energia solar e promove a reciclagem de lixo não hospitalar, entre outras iniciativas.
"Nosso compromisso é cuidar da saúde da população e, ao mesmo tempo, colaborar para a saúde do meio ambiente. Para alcançar esse objetivo, adotamos várias medidas sustentáveis, como a utilização da energia solar", ressaltou a diretora-clínica.
Ao realizar essa compensação, Catarina obteve a certificação BMV (Biodiversidade Remunera), que comprova não apenas a neutralização da pegada ecológica de seu parto, mas também a geração dos seguintes benefícios ambientais:
- 13, 16 m³ - área de vegetação preservada
- 1,00 tCO2e - conservação de carbono estocado
- 6,58m² - área de produção apoiada
- 0,59 m² - apoio a recuperação de área
- 43L/Ano - fluxo hidrológico influenciado pela preservação
- 0,34m³ - madeira armazenada
- 546/ha - preservação de espécies da flora
Crédito da foto: Ana Carolina Morais Rocha
Fonte:Assessoria de Imprensa - Hospital Femina