Teste do pezinho é fundamental para detectar doenças raras em recém-nascidos
21 de Dec de 2020
Recurso fundamental para diagnosticar doenças raras em recém-nascidos, o teste do pezinho, introduzido no Brasil na década de 1970, permite que seja prescrito um tratamento imediato e ajuda a evitar danos irreversíveis à saúde do bebê.
O exame é obrigatório no país, que através da portaria nº 822 de 6 de junho de 2001, criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), instituído pelo Ministério da Saúde, que estabelece que hospitais públicos e particulares realizem o teste, entre o terceiro e o quinto dia de vida.
Referência em pré-natal e partos de bebês em Mato Grosso, o Hospital e Maternidade Femina, em Cuiabá, orienta e conscientiza os pais sobre a importância e necessidade do teste do pezinho, exame de sangue rápido e fácil, coletado geralmente do calcanhar do recém-nascido em papel filtro especial.
A pediatra e neonatologista Fernannda Pigatto Vilela, diretora-técnica da Femina, explica que o teste do pezinho ajuda a diagnosticar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas capazes de afetar o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê, mas que nem sempre apresentam sintomas detectáveis.
“O teste do pezinho é um dos exames de triagem neonatal e visa fazer o diagnóstico precoce de algumas doenças, que se tratadas rapidamente vão impactar rapidamente no prognóstico e na sobrevida dessas crianças”, reitera a médica.
Dentre as doenças rastreadas pelo teste do pezinho estão: a fenilcetonúria, o hipotireoidismo congênito, a deficiência de biotinidase, a fibrose cística, a anemia falciforme e a hiperplasia adrenal congênita (HAC). Essas doenças são detectadas na versão básica do teste, disponível na rede pública de saúde.
No entanto, explica Fernannda Pigatto, existe também a versão ampliada que chega a diagnosticar até 50 doenças, entre elas surdez genética, galactosemia (causada pela falta de uma das enzimas necessárias para metabolizar o açúcar do leite) e distúrbios metabólicos.
“Muitos pais não submetem seus filhos ao teste do pezinho por desconhecer a sua importância. Além disso, entre os que fazem, muitos não sabem para que serve, nem da existência de versões mais completas, disponíveis na rede privada, capazes de identificar muito mais doenças e a possibilidade de tratá-las o quanto antes”, reforça a médica.
Após o Nascimento
Várias enfermidades que podem acometer os recém-nascidos só são detectadas após o nascimento porque o feto está relativamente protegido por causa da placenta, que fornece nutrientes e promove a filtragem de metabólitos tóxicos. Com o teste, é possível promover o tratamento específico, que permite diminuir ou eliminar lesões como deficiências mentais e físicas e até mesmo evitar a morte.
Em caso de resultado positivo para uma das doenças, é preciso tirar a prova com um novo teste comprobatório. Mesmo que o resultado seja positivo e assuste a família, nem sempre quer dizer que a criança desenvolverá a doença em questão. O teste deve ser repetido com rapidez e com o acompanhamento do pediatra, que ficará atento às manifestações clínicas da doença.
Fonte:Luciane Mildenberger - Assessoria de Imprensa