Notícias

Infectologista alerta sobre casos de reinfecção da Covid-19 e aposta nas vacinas

11 de Feb de 2021

As tão aguardadas vacinas que combatem a disseminação da Covid-19 têm chegado aos municípios mato-grossenses, mas a vacinação total da população ou boa parte dela ainda deve perdurar por meses. Enquanto isso, médicos infectologistas alertam sobre novos casos e, inclusive, reinfecções pela doença, principalmente após festas e reuniões familiares.
 
“Nas últimas semanas temos percebido um aumento no número de casos de infecção por Covid-19 nos consultórios e unidades de pronto-atendimento de Cuiabá e outras cidades de Mato Grosso, e quando ouvimos os pacientes, as histórias são quase sempre as mesmas, sentiu-se mal, após participar de alguma festa ou reunião familiar, ou seja, uma pessoa transmitiu para várias, o que gera uma cadeia de transmissão”, explica a infectologista do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital e Maternidade Femina, Kadja Samara Sousa do Nascimento Leite.
 
Além do fato de uma pessoa completamente saudável contrair a doença, a reinfecção por Covid-19 também é comprovada cientificamente. Segundo a médica, o Ministério da Saúde considera caso suspeito de reinfecção quando há dois resultados positivos no exame de RT-PCR, que detecta a presença do vírus no organismo, com intervalo igual ou superior a 90 dias entre as duas infecções.
 
“Desde dezembro estamos percebendo esse aumento de casos, alguns pacientes que contraíram a doença em maio e junho, e apresentaram novamente sintomas compatíveis com a doença entre novembro e dezembro, sendo que alguns pacientes tiveram sintomas leves, outros graves e até casos de óbito”, explica a infectologista.
 
Entretanto, para comprovar que se trata de nova doença, é preciso sequenciar o código genético do vírus nas duas ocasiões e comparar os resultados, o que não está ocorrendo com frequência no país.
 
“No Brasil, os registros estão sendo subnotificados, porque como tivemos uma situação de pandemia, muitos testes foram feitos em laboratórios sem infraestrutura, e muitos não sabiam que teriam que resgatar essas amostras, então não estão conseguindo documentar a reinfecção, o que é muito ruim, porque não saberemos de fato até que ponto a nossa população está contraindo a doença. Isso dificulta registros das variantes do vírus”, observa Kadja. 
 
Eficácia das vacinas
 
Para a infectologista Kadja Samara, as vacinas foram muito esperadas e hoje são a principal esperança em relação à redução do números de casos da Covid-19. "A Coronavac, por exemplo, além de ser produzida no Brasil, tem fácil acesso a transporte e atende as nossas dificuldades climáticas de país continental”, avalia. 
 
Ela observa que a vacina chega em um momento epidemiológico muito importante no Brasil e deve diminuir a cadeia de transmissão. “A Coronavac é feita com vírus inativo, ou seja, o risco de efeitos adversos é baixíssimo, o que garante segurança em seu uso e uma resposta vacinal que reduz a mortalidade”, enfatiza Kadja. 
 
As cinco principais vacinas contra Covid-19 em desenvolvimento no mundo são a Pfizer/BioNTech (Estados Unidos e Alemanha, eficácia de 95%), Moderna (Estados Unidos, eficácia de 94,5%), AstraZeneca/Oxford (Reino Unido, eficácia de 70,4%), Sputnik V (Rússia, eficácia de 91,4%) e Coronavac/Sinovac (Brasil e China, eficácia de 50,38%). Os resultados dos testes com a eficácia de cada vacina foram divulgados pelos laboratórios.
 
Redobrar os cuidados 
 
A pediatra e neonatologista Fernannda Pigatto Vilela, diretora-técnica da Femina, orienta que o melhor é evitar aglomerações e redobrar a atenção com os cuidados de higiene pessoal e uso de máscaras para conter a disseminação da doença.
 
“Muitas vezes, as pessoas têm comportamentos arriscados, acreditando que não serão infectadas, mas a verdade é que todos nós estamos sujeitos à doença e muitos podem ter sérias complicações ou mesmo vir a óbito”, alerta a médica.
 
Segundo ela, "é muito importante que a decisão individual de receber a vacina ou não seja baseada em informações pautadas no que a ciência preconiza e não na opinião pessoal de determinadas pessoas”, conclui Fernnanda. 
 
 

Fonte:Luciane Mildenberger - Assessoria de Imprensa